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6. O efeito do rastreio na incidência e mortalidade

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Translated by Kristiane Leal Sales Cahen

O efeito do rastreio na incidência e na mortalidade do carcinoma da cérvice uterina é difícil de estabelecer porque não existia um teste randomizado antes dele ter iniciado. Em alguns países o rastreio existe a mais de 50 anos mesmo sendo pouco organizado no passado, ou mais recentemente organizado, baseado nos antecedentes dos países onde o risco de câncer e seus precursores estavam mudando.

Efeitos da prevalência dos HPV de alto risco nas taxas de câncer cervical

  • Como a prevalência de carcinoma cervical e seus precursores dependem do HPV de alto risco, esta pode mudar com o tempo em diferentes coortes de nascimento.
  • O efeito do rastreio pode ser mascarado ou exagerado pelas variações da prevalência do HPV de alto risco.

 

Programas nacionais de rastreio organizado

Países nórdicos (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia)

Alguns dos registros mais antigos da eficácia do rastreio do câncer cervical organizado foram vistos nos países nórdicos, onde a mortalidade caiu entre 1955 e 1980 em 80% (Islândia), 50% (Finlândia) e 34% (Suécia) com programas em âmbito nacional de rastreios organizados. Declínios percentuais menores foram vistos na Dinamarca (25%) e na Noruega (10%), onde a cobertura do rastreio organizado era de 40% e 5% da população, respectivamente (Lååra et al., 1987).

Os resultados foram complicados por problemas com o registo de câncer nos primeiros anos da realização do rastreio espontâneo em conjunto com a triagem organizada em todos os países nórdicos, com exceção da Islândia, e diferentes faixas etárias, intervalos de triagem e observações do programa nos cinco países (Figura 5.1).

Além disso, a mortalidade já pode estar caindo em mulheres idosas que não tinham sido rastreadas, e estava aumentando em mulheres entre 20-29 na Finlândia, Noruega e suécia, que será analisado mais detalhadamente mais adiante neste capítulo.

Uma vez organizada o rastreio em todos esses países, a mortalidade caiu para abaixo de 5 por 100.000 mulheres (Figura 5.2).

Figura 6.1. Tabela I de Lååra et al. 1987.
Figure 6.2. Mortality in Nordic countries from 1958 to 2000 (from Arbyn et al. 2008)

 

O efeito do rastreio organizado no Reino Unido (UK)

A incidência e a mortalidade no Reino Unido como um todo mostrou pouca mudança durante os anos de 1970 e 1980, quando houve aproximadamente 4000 casos e 2000 mortes por ano – com um ligeiro aumento no final dos anos 80 (Figura 5.3).

No entanto, esta aparente falta de efeito da triagem durante as décadas de 1970 e 1980 não foi constante em todo o Reino Unido: triagem bem sucedida em Aberdeen, na Escócia foi comparável à da Finlândia e da Islândia, que constitui um exemplo brilhante, a ser seguido em âmbito nacional (Figura 5.4, Macgregor et al., 1985).

O NHS “Cervical Screening Program” foi lançado em 1988: busca ativa computadorizada e retorno para todas as mulheres com idade entre 20-64 anos teve um efeito dramático durante a década seguinte.

 

Figura 6.3. Incidência do câncer cervical na Inglaterra, 1975 a 2011
Figure 6.4.  Results of successful screening in Aberdeen (Macgregor et al. 1985)