A eficácia do rastreamento do câncer do colo do útero que é realizado através de aplicação de testes primários (citologia, testes moleculares para tipagem HPV , colposcopia, VIA), depende do seguinte:
Detecção e remoção de lesões pré-cancerosas antes de se tornarem (totalmente) invasivas (NIC2, NIC3, AIS, câncer oculto)
Decisão de como lidar com lesões que são susceptíveis de serem reversíveis, mas com algum risco de progressão (NIC1, teste moleculares para tipagem de HPV positivo)
Garantia de retornar em segurança, para as mulheres com risco mínimo ou nenhum risco, para o rastreamento de rotina (sem NIC, teste moleculares para tipagem HPV negativo, colposcopia negativa)
A colposcopia é o principal método de investigação para tomar a decisão do tipo de tratamento e, em muitos casos, para realizá-lo.
O encaminhamento da mulher para colposcopia depende da sensibilidade do teste primário, uma vez que todas as outras mulheres serão devolvidas à triagem de rotina (ou perdidas no seguimento).
A decisão de tratar e sua eficácia dependem da avaliação de todos os parâmetros disponíveis para o ginecologista que está atendendo a paciente agindo de acordo com as diretrizes ou, indicando outra forma para prosseguir.
O ginecologista deve levar em conta a especificidade da citologia, os aspectos citopatológicos, os padrões histopatológicos nas biópsias, além dos resultados dos testes moleculares para tipagem de HPV, na detecção de uma lesão genuinamente pré-cancerosa - para a tomada de decisão quanto ao grau de risco de invasão e realização do tratamento.
Uma reunião de equipe multidisciplinar (EMD) permite que as decisões sejam tomadas com base na revisão e discussão de todos os parâmetros.
Quanto mais membros da equipe multidisciplinar conhecem as possibilidades e as limitações das avaliações de cada um dos participantes, mais seguro será o procedimento.
A estrutura de uma reunião de equipe multidisciplinar
Existem duas formas de reuniões da EMD, a principal é um fórum discutido neste capítulo. O primeiro é entre, pelo menos, um colposcopista, um citotecnólogo/citotécnico, um citopatologista e um histopatologista representativos para discutir discrepâncias ou outros problemas com casos não invasivos, semanal ou quinzenalmente, dependendo do tamanho do centro; a segunda é uma reunião de oncologia ginecológica, onde os cânceres invasivos muito menos freqüentes são discutidos entre patologistas, ginecologistas, oncologistas e radiologistas.